Quem se perde correndo atrás de tendência,
nunca encontra verdadeira essência.
É na ausência que o dilema floresce.
É na presença que a arte acontece.
📜 100 poemas publicados / 💔 5x coração partido / 🧠 8,25 crises existenciais
Sobra sonho não realizado
Sobra boleto que não foi pago
Sobra cansaço por não ter planejado
Sobra começo sem ter acabado
Sobra falta de quem não devia ter faltado
Sobra peça fora do quadrado
Sobra eu totalmente deslocado
Num mundo que parece que dorme acordado
Sobra preguiça pra ser ousado
Sobra arrependimento de ser inconformado
Sobra grito na garganta entalado
Sobra tristeza no quarto deitado
“Pagar as contas nesse mundo sendo como realmente somos é, infelizmente, privilégio de poucos.”
talvez seja sombra
incógnita personalidade
desejo de se esconder
vontade de se aparecer
Um olhar cada vez mais consciente
e cada vez menos paciente
De corrente de observação
por horas inconsequente
mas nunca carente de opinião
Evolucão?
é o que preso e carrego
pra que essa história nunca tenha continuação
Abuso, medo, preconceito
a porrada é diária
a prisão perpétua
Desafeto pelo humano
desconsideração pelo ser
é só assim que a conta fecha
Flecha parece a única resposta
a solução tem ingredientes de luta, revolta, palavra e ação
O primeiro passo é um olhar cada vez mais consciente
e atitude cada vez mais menos paciente
O vento frio anuncia
inverno da alma
O dia minguado
ignora as fases da lua
Fez-se a feliz melancolia
de acordar sozinho
Mais de mês e ela vazia
morta, seca e sozinha
Como tantas coisas na vida
Faltava só um lugar melhor pra estar
e não desistir de cuidar
Me perdi em linhas tortas
palavras mal escritas
e verdades não ditas.
Me afundei em mar bravo
hipocrisia de um tanto
e mentira pelo encanto.
Me confundi buscando no outro
o que tá dentro do meu próprio enrosco.
O choro que chora de saudade
De ouvir no piano ou no rádio pela cidade
Lembrança do silêncio e sua sonoridade
Herança que me foi entregue
Amor que diariamente me persegue
Que suas notas minh’alma sempre regue
Todo abraço contém um abismo
Seja distância que compacta
Seja espaço que dilata
Todo abraço contém um abismo
Quebrado, rachado, despedaçado, esparramado, destruído, danificado, estilhaçado, descuidado…
Pensei que fosse meu coração,
mas foi só um vaso que caiu no chão.
Me toca limpar a confusão,
e colar cada pedaço.
Do coração
– e do vaso.
Frágil sentimento que me toma o peito
Confunde pensamento e me arrasta
Aos poucos aprendo a tratar com respeito
Mesmo quando me derruba e desgasta
Vejo sua sombra borrada pela cidade
Fantasma que meu olhos míopes assombra
Revelando todo medo e incapacidade
Que a incoerente tortura apronta
Fosse fácil esquecer o passado
Todo pedaço que lhe foi doado
Todo estilhaço que ficou em mim incrustado
Se pá bem longe num outro espaço
Além da Terra e nossa efêmera existência
Nosso amor dança em perfeito compasso
Há de se reconhecer nesse mundo alguém de sorte
Quem viver ao lado de uma mulher forte
Da que protege como guerreira
Da que acolhe como parceira
Para cada gota de lágrima, um abraço
Para cada despedaço de alma, um sorriso
Mesmo que por vezes indigno do seu laço
O carinho que transborda sem juízo
Indiferente a como se identifica
Seja de nascença ou por conquista
Mãe, irmã, tia, avó, esposa ou amiga
Sem ti a vida é coisa qualquer
E é mentira de quem diz que não quer
Ter a sorte de ter ao lado uma forte mulher
Se um dia nadei ao lado das estrelas do céu
Hoje elas se esconderam
Se um dia saltei das palavras do seu papel
Hoje elas me prenderam
Lembranças são pequenos estilhaços de vidro que nos cortam os dedos toda vez que tentamos juntar seus pedaços.
Lembranças são fragmentos de vida que nos rasgam a alma toda vez que esquecemos do presente.
O coração possui alta capacidade regenerativa.
Mas teimoso e exigente, não aceita qualquer tratamento.
Portanto, passe longe de remédios caseiros e ditados populares.
Para curar um coração despedaçado,
É só carinho, paciência e auto cuidado.
Há um buraco onde me enfio voluntariamente
Há um abismo que me consome absurdamente
Há um terror travestido de conforto
Há um ódio composto de aborto
Nas escuras mazelas de minha índole
Reside o mal de todo meu mundo
Reside o monstro que compõe meu ser imundo
Como é possível ter tanta raiva do espelho?
Como é possível se olhar na cara e sentir medo?
Como é possível não aceitar o próprio enredo?
Só queria dormir com vontade de acordar…
Só queria aprender a me amar…
Eis a parte que despedaça todo laço,
Eis o pedaço que contempla todo descaso.
De lábio doce profere palavra vestida de culta,
De perna curta se recusa em manter oculta.
Machuca muito mais que soco,
Atinge muito além do osso.
…deixa o coração completamente oco.
Amor é flor que não sabe lidar com exagero.
Água demais e murcha,
Água de menos, resseca.
Amor é flor que exige lugar certo.
Sol demais e queima,
Sol de menos, não cresce.
Amor é flor que só floresce no equilíbrio.
Poda demais e desaparece,
Poda de menos, reprime.
Amor é flor que não sabe lidar com exagero.
Das cinzas de palavras cheias de mentira
Dos pedaços de um coração enganado
Da poeira que é resto de uma alma despedaçada
Eis a metamórfica matéria que transforma menino inocente em homem valente
Eis a divina cicatriz que forja histórias tristes em caráter resistente
Instabilidade não tem nada a vê com intensidade
Maturidade não tem nada a vê com idade
Vivência não garante responsabilidade
Hipocrisia se esconde atrás de autenticidade
Em toda profundidade
Encontra apenas única genuína verdade
Que toda farsa é por inseguridade
Decorrente de grotesca superficialidade
Confusão é instrumento pra crueldade
Mentira rotina que sustenta vaidade
Pra quem só vive de maldade
Se aproveita do inocente caridade
Sequestro de serenidade
Cárcere forjado em ambiguidade
Falsa sensação de liberdade
“Amor” com alto teor de toxidade
Imperativo cortar cordialidade
Cessar disponibilidade
Retomar dignidade
Se colocar como prioridade
Talvez seja culpa de alguma entidade
Ou da vida em sua vasta complexidade
Pobre daqueles que não buscam austeridade
Pena dos que são vítimas da personalidade
Já indiferente a tanta barbaridade
Começo a cultivar sanidade
Agradecer a Deus por ter me livrado de toda insalubridade
Dum rolê que não merece mais nem um pingo de saudade
Noite fria avassala angustiada
Pele sóbria tateia o nada
Geada da alma instaurada
Minha cama vira cova, acovardada
Amor é manto que cobre o medo
Onde há cuidado, aconchego
Sua cabeça repousando em meu peito
Encaixe mais que perfeito
Quem diria que voltaria
Por do destino armadilha
Da saudade que é cortesia
Para passar mais uma noite fria
Mazela da alma e do coração,
feitiço que me encanta à distância vasta solidão,
quebra a guarda e destrói aos poucos cada centímetro de vida.
Sem sentido escrevo de olhos fechados,
psicógrafo das coisas que minha alma anseia em vão,
pois a vida sem sentido caminha em sua vaidade plena.
…de nada vale o dinheiro, o tempo e o cuidado…
…de nada vale nada e é tudo efêmero…
Tudo não passa de um grande baile de mascarados.
Escondidos, mantém sua postura até a coxia.
– pois só nas coxas são capazes de mostrar quem realmente são.
Talvez seja aceitar a trivialidade de ser humano,
há falta de sentido que a vida tem.
– saborear todos os gostos da solidão.
…dos pedaços quebrados sem recomposição…
…das cicatrizes abertas e tecido em decomposição…
Me dá ânsia ser eu mesmo…
…resta o resto do que sobrou um dia,
de um muleque com tanto sonho, bom humor e alegria.
Minha alma anseia por liberdade
e se perde nos infinitos possíveis caminhos do destino
Caminho solitário ou de solitude?
Plena consciência ou total desatino?
Tento cultivar em mim desapego
e o medo de ficar sozinho às vezes me consome
Sinto chegar a brisa leve do sossego
mas meu coração rebelde grita seu nome
Será que um dia essa dor some?
Ou será que ainda me mata de fome?
Das lágrimas sofridas, das feridas no meu peito
Nasce um novo homem cheio de defeito
Que aceita sua humanidade
Que respeita sua idade
Não se deixa levar pelo egocêntrico
Não aceita nada que não seja autêntico
Se observando esse homem caminha
Se cuidando para não perder a linha
Com calma e carinho constrói sua fortaleza
Para impedir que o mundo tire sua leveza
Aprendendo que também pode existir compaixão
No bravo ato de falar “não”
A busca é pra deixar de ser oito ou oitenta
Mesmo que seja lenta
Em sua complexidade encontrar saudável abrigo
E só assim estar pronto para encarar qualquer perigo
Eis a falta de todas as incapacidades
Da incompetência e da falta de paciência
Por sentir falta de um salve
Por sentir a vida se desfazer na sua ausência
Em desencontros que trombam meu coração partido
Passando pela rotina do dia sem saber de você
Despedaçada pétala que um dia foi flor
Desconsiderada promessa que um dia foi verdadeiro amor
Eis a falha de todas as certezas
Da insuficiência e do abismo da incoerência
O amor tão grande que tudo suporta
Só dura até os créditos de um filme de comédia romântica
Acho que amor é mais difícil que física quântica
Se bem que de física nada conheço
E do amor talvez esteja só no começo
Já que ainda sou a falta de toda incapacidade
Tenho então que aceitar com humildade
Indiferente às primaveras que somam minha idade
Que ainda estou aprendendo o que é amor de verdade
Só lhe serve um coração escravo
Para que sejas do amor rainha
Pois um coração livre não aceita monarquia
Já que em liberdade firma sua moradia
Não idolatra sem razão
Não aceita sem perdão
Só lhe presta um coração escravo
Que aprisionado não exige empatia
Não precisa de retribuição
Não ousa contrariar sua opinião
Pois um coração livre espera parceria
Na genuína troca encontra sua harmonia
Só lhe resta um coração escravo
Para que possas no amor praticar pirataria
Em minha mão, cada fio do seu cabelo se agarra aos meus dedos atrás da sua cabeça como raízes buscando água em nosso suor.
Meu outro braço te abraça com força, transpassando suas costas até chegar do outro lado da sua cintura.
Você me arranha delicadamente as costas.
Nos lábios, a mordida que não machuca por pouco.
Nossas pernas e pés enrolados em perfeito nó.
Nó feito e perfeito, agarrados para nunca mais ser defeito.
Devagarinho, ele sentindo ela apertar cada centímetro de mim.
O tempo deixa de existir.
A matéria vira etérea.
Plural se expande a singular.
Quem disse que dois corpos não podem ao mesmo tempo ocupar o mesmo lugar?
Arde em mim o fato
da tua ausência, o tato.
Mas se com tal tato também me maltrato,
errata seja feita história nesse ressentido ato.
Com tamanha tristeza me despeço.
Com total certeza, me despedaço.
Parece que assim lá se vai o laço,
aprisionado ao papel sem ação ou verdadeiro lastro.
E não há nada tão doloroso como o desproveito
da dor de tudo o que poderia ter sido feito.
E se for vai ser
aquilo que sou agora
o que fui outrora e que desejo um dia ser.
Saber já não sei
o que sei é o que sou, o que fui, e o que serei
Quem sabe?
Sabe que tem que saber
o que se sabe é tudo o que sei:
Nada.
O que se quer saber é do mundo
e das coisas que a gente sabe que ele tem,
mas se soubesse não iria
nesse poema devanear
toda essa sabedoria.
Terça-Feira, 24 de Maio de 2011, 15:41:52
Parece que o tempo lá fora
Entende o tempo aqui dentro
Seja por natureza que aflora
Seja por indignação do vento
Se faz tempestade repentina
Lavando a tristeza que não termina
Estar quando convém e não por desejo declarado.
Do convite que nunca veio.
Do carinho que não é feito.
Da prioridade que nunca é minha.
Da mensagem que nunca chega.
Da palavra que não é dita.
Da atenção que é não é dada.
De esperar pela resposta e viver de aposta.
É preciso ouvir o silêncio e seu cortejo,
recebo suas ausências como aviso de despejo.
Seja pela ameaça ou verdade escondida na carcaça,
fato é que essa gangorra nunca teve a mínima graça.
Seja por ego, medo ou de controle mania,
me despeço com sincera cortesia.
Pois cansei de amar sem ser cuidado,
de cuidar sem ser amado.
Da infância destruído sonho de esperança
Maldita seja essa sufocante lembrança
As páginas do abuso escondido
O soco na cara esculpido
Cicatrizes além da aparência
Construíram amarga consequência
Vulgarmente exposta alma e corpo
Pouco a pouco amor profundo destruído, morto
Ser consequência do destino? Ser da vida indesejado inquilino?
Com a força de cada palavra lançada
Mudar o destino por não ser obra terminada
Indiferente ao tempo olhar para dentro
Sem ganância se permitir humilde lamento
Não ser pelo medo tomado
Ao enfrentar os demônios do passado
Para enfim ser livre e não mais condenado
E com o elixir sagrado da vida ser finalmente corado
Eis que chega inverno ao coração e começa a dança
Meu par? Teimosa solidão espalhando desajeitados passos pela casa
Em seu compasso esvazia meu sofá
Meu lugar na cama, meu café da manhã
Esvazia cada canto que guarda memórias incrustadas
Em cada tijolo, vidro, CD, disco e móvel antigo
Impaciente, aflita e silenciosa rouba minha brisa
Toma conta do meu pensamento e do meu corpo
Solidão é ladra do tempo até que se aprenda
Que não é inimiga, mas nossa melhor companheira
Algo rítmico
Cansei de brigar com o algoritmo…
da minha falta de ritmo
de toda hora pensar no que publico
de me definir pelo recorte
de me comparar com o mais forte
de não saber brincar
se pá é falta de resiliência
se pá é falta de terapia
se pá é só loucura minha
se pá só queria ser mais arteiro e menos blogueiro
se pá ter mais substância e menos arrogância
se pá ser mais interessante e menos brochante
#F0d4-se, só cansei de brigar com o algorítmo!
Bares abertos, copos cheios, show da banda:
— Véi, a vida anda!
Como se a vida ao normal tivesse voltado, como se a pandemia já tivesse acabado.
É muito louco como isso mexe com nossa cabeça vazia, mas como minha vó já dizia…
…frente a tamanho paradoxo, tamanha hipocrisia:
— Meu Deus, que será disso?
SÁBADO, 15 de Maio de 2021
Me sinto um idiota!
Por fazer a minha parte,
por me privar de ficar na rua até mais tarde.
Me sinto um idiota!
Por que tiram sarro da minha cara,
quando chega com ela quase toda tapada
Me sinto um idiota!
Por acreditar que as pessoas pudessem ser um pouco mais sensíveis com a dor de quem perdeu alguém.
Mas tudo bem,
Porque sei que tem outros tão idiotas quanto eu por aí também.
Platão aponta para o céu, onde se encontram meus sonhos.
Secretos, porém libertos por borrões no branco papel.
Aristóteles aponta para a terra, onde se encontram meus desejos e vícios.
Discretos, porém libertos por instintos.
Eu, continuo minha vida.
Liberto, porém incerto para onde apontar.
Teatro,
O viver morto cheio de sentimento,
Entre as pernas dos outros.
Eu, berrante símbolo de expressão!
Para que viver imitando o mundo?
Se o mundo me imita a cada segundo?
Eu, eternamente brigando com a razão!
Teatro,
Gargalhadas o fazem bem
Tanto quanto lágrimas;
Eu, sem saber a direção!
O que mais queres Teatro?
Queres a mim?
Só se me deres a ti.
Não como ganha pão,
Mas como ferramenta de coesão!
Liga-me a ti Teatro!
Pois Eu,
Abrirei todo pano manchado de sangue
Para enfim, ter a ti por completo.
Agora entendo Teatro, todo esse rancor e alegria,
Todo paradoxo de tua existência.
É para que Eu, berrante símbolo de expressão,
Viva sempre entre as pernas dos outros,
Morto, porém cheio de sentimento!
Rubrico agora Eu,
Para que em ti fique guardado tal sentimento
E assinado tal amor…
– Tales Henrique dos Santos Buonarotti Ferreira, Eu, Ator
Fui buscar o café.
O chão da cozinha molhado com os respingos da chuva que veio.
[Que cabeça a minha deixar a porta entre aberta]
[…]
Amargo. Mesmo com as tantas colheres de açúcar de costume.
[…]
Mais um gole.
[…]
Já não tão amargo quanto o primeiro.
[Que deprimente, escrever sobre o café]
Café de meia, de cafeteira
Tomo até de mamadeira
Café em grão, de verão
Secando ao Sol na fazenda do Barão
Café em pó, com pão e só
Cedinho na casa da vovó
Café expresso, de padaria
Com gosto de correria
Se o café, coitado, soubesse para onde iria,
Sequer ele nasceria.
Mas se não fosse a coragem do café,
Eu não estaria de pé,
Escrevendo poesia
Sou criança, sensível em busca do sorriso
Sou garoto, moleque em busca do maduro
Sou jovem, rebelde em busca da vida
Sou adulto, sensato em busca da segurança
Sou velho, sensível em busca do sorriso…de criança